quarta-feira, 2 de abril de 2008

Vivência Docente

_OBSERVAÇÃO DE AULA DE GEOGRAFIA - 1° SEMESTRE: ENSINO FUNDAMENTAL


RESUMO


De acordo com a disciplina “Ensino de Geografia e Estágio de Vivência” ofertada pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e ministrada pela Profª. Drª. Rosely Archela, estarão sendo feitas algumas reflexões sobre o estágio de observação de aulas de geografia no ensino fundamental. Este trabalho foi realizado na Escola Municipal Evaristo da Veiga, escola pública da cidade de Londrina, com foco nas turmas de 5ª série. O professor responsável pela disciplina se chama Bruno César Leite, que também é formado pela UEL.


Palavras – chave: Ensino de Geografia, Observação de Aulas, Escola Pública, Professor.


Introdução


Com base na observação das aulas de Geografia, da Escola Municipal Evaristo da Veiga, da cidade de Londrina, realizadas ao longo de duas semanas pelas alunas Flávia Rolim Loureiro Guimarães e Maria Natalina Almeida, regularmente matriculadas no 3º ano de Geografia da UEL, o presente trabalho busca fazer algumas reflexões sobre a formação de licenciados a ministrarem aulas dessa disciplina, e também, o desempenho dos alunos neste contexto.
As turmas observadas são as da 5ª série ‘B’, ‘C’ e ‘D’, as quais o professor Bruno César Leite é o responsável pelas aulas; e o período desse trabalho se realizou ao longo de duas semanas (entre os dias 27 de maio e 05 de junho de 2008).
Não é do interesse deste trabalho analisar e criticar a conduta do professor em sala de aula, mas sim, usufruir deste procedimento como uma ferramenta para nossa formação como licenciados.

Descrição das atividades observadas

Primeiramente, foi feita uma análise da escola, enquanto objeto físico, visto que é nela em que o processo de aprendizagem ocorre e que isso influi muito no aproveitamento do aluno e na didática do professor. A Escola Municipal Evaristo da Veiga é caracterizada por um prédio razoavelmente grande, suficiente para comportar o número de alunos. Apresenta um pátio amplo, no qual são realizadas atividades esportivas e o recreio entre as aulas. Há uma biblioteca com diversos livros, sala de artes, laboratório de informática para os professores, máquinas para xerox, televisões com vídeo/dvd, sala dos professores, cozinha, banheiros e diversas salas de aula. Contudo, a conservação da escola é ligeiramente precária, pois se encontram muitas cadeiras e mesas quebradas, paredes rabiscadas e sem tinta.
Referente às atividades pedagógicas, logo em que fomos apresentadas à sala, percebemos uma agitação dos alunos em todas as turmas observadas, porém, mesmo com a tentativa de contensão por parte do professor, os mesmos se mantinham quietos com muita dificuldade.
No primeiro dia, 27 de maio, foram observadas as aulas das turmas ‘B’ e ‘D’.; primeiramente, a 5ª série ‘B’, cujo tema da aula foi “Oceanos e mares do Globo”, presente no livro didático que os alunos dispunham. Foi possível perceber uma boa disciplina por parte dos alunos ao longo de toda a aula, tendo o professor um bom controle das conversas paralelas realizadas pelos alunos. Foram realizadas leituras sobre o tema no livro didático, tanto pelo professor quanto pelos alunos. Além disso, o professor Bruno utilizou-se da lousa para repassar o conteúdo, analisou os mapas do livro didático, relacionando-os com a matéria abordada.
Ao término da aula, seguimos para a sala dos professores, onde permanecemos até o início da aula da 5ª série ‘D’. O tema abordado foi “Ilhas”, e a leitura do livro didático também foi aplicada aos alunos, que por sua vez, mostraram-se mais indisciplinados.
Ambas as turmas foram alertadas de um trabalho sobre “Continentes” que deveriam apresentar para a sala na semana seguinte. O professor auxiliou os alunos, falando das fontes em que deveriam consultar para realizar este trabalho, exigindo qualidade e organização para apresentá-lo.
No dia 29 de maio, a turma observada, primeiramente, foi a 5ª série ‘D’. Desde o início da aula os alunos mostraram-se agitados, fazendo com que o professor necessitasse alterá-los de lugar. O tema abordado foi “Oceanos e mares do Globo”, porém, desta vez, o professor utilizou o mapa mundi para orientar os alunos, além do uso da lousa e livro didático. Em seguida, acompanhamos a aula da 5ª série ‘C’, que se mostrou agitada após terem aula de Educação Física. O tema da aula foi “Ilhas”, e o professor utilizou lousa e livro didático para passar a matéria. Após a intervenção do professor na briga entre dois alunos, a sala ficou em silêncio até o final da aula.
Em seguida, foi realizado o intervalo, onde permanecemos na sala dos professores até o início da aula da 5ª série ‘D’. Desta vez, a aula foi sobre “Classificação dos Mares”, sendo utilizado o livro didático, lousa e o mapa mundi para a orientação dos alunos. Os alunos se mostraram mais interessados a participar da aula no momento em que o professor os chamou para apontarem alguns mares no mapa mundi. Ao término da aula, seguimos novamente para a 5ª série ‘C’, no qual alguns alunos chegaram atrasados, atrapalhando a aula do professor. Após chamar a atenção, foi iniciada a aula pelo professor, que abordou o tema “Oceanos e mares do Globo”, utilizando lousa e mapa mundi, onde os alunos puderam interagir, apontando alguns mares. Essa dinâmica acabou causando tumulto na aula.
No dia 03 de junho, iniciamos a aula com a 5ª série ‘B’ e depois 5ª ‘D’. Para esta data estava marcada a apresentação do trabalho sobre “Continentes”, onde cada grupo, com uma média de cinco alunos cada, deveria falar sobre um determinado continente mundial. Em ambas as salas foi possível perceber que os alunos não tinham organizado muito bem a apresentação, a grande maioria dos grupos não souberam dividir as falas, esclarecer os conteúdos, e muitas vezes se mostraram desinteressados e alheios ao assunto. O professor se mostrou chateado e incomodado pelo fracasso das apresentações, no qual cerca de apenas um grupo de cada sala conseguiu se destacar na apresentação. A proposta era simples, os alunos deveriam procurar imagens, das mais variadas, sobre o continente selecionado, e citar algumas características do mesmo; colando todas estas informações numa cartolina. Além disso, exigiu-se um pequeno relatório, contendo toda a parte ‘teórica’ do assunto. Essa metodologia não se mostrou satisfatória, pois os alunos não se empenharam para aprender e apresentar em sala de aula.
No dia 05 de junho, o mesmo foi cobrado dos alunos, a apresentação dos trabalhos sobre “Continentes”, da 5ª série ‘D’ e ‘C’. Novamente pudemos perceber o desinteresse dos alunos, tendo apenas dois grupos da 5ª série ‘C’ se destacado na apresentação. Neste dia nós, estagiárias, tivemos a permissão do professor para participar mais da aula, escolhendo os grupos que iriam apresentar os trabalhos, além de questioná-los sobre o conteúdo pesquisado. As salas não se mostraram contra este procedimento.

Avaliação geral

Pudemos concluir, através da observação e de toda a reflexão feita ao longo do trabalho que essa atividade foi bem proveitosa, pois pudemos desempenhar um papel diferente na sala de aula, até então, desconhecidos por nós. Vimos na prática o que é dar aula em uma escola do Estado que não é tão carente quanto tantas outras existentes no nosso país. Também tivemos a oportunidade de conversar com um professor que se graduou na mesmo instituição que nós, e saber de sua trajetória até a escola em questão; além de trocarmos idéias e sugestões sobre as aulas realizadas.
Este contato nos trouxe elementos para refletir sobre nosso futuro profissional, auxiliando nas nossas escolhas, caso seja do interesse seguir a área da Licenciatura.

Conclusão

Através deste trabalho, pudemos observar os diversos comportamentos que caracterizam cada aluno. Notamos que em todas as salas, muitos alunos têm o costume de dedurar uns aos outros, chamando o professor para falar algo sobre o colega; porém, este não costuma dar atenção em casos assim. Outro fato semelhante ocorreu quando determinados alunos fizeram brincadeiras para chamar a atenção do restante da sala, inclusive do professor, e não obtiveram sucesso, pois ele não teve a reação esperada por esses alunos.
Isso nos fez refletir sobre as abordagens comportamentais de Skinner, o Comportamento Operante, onde o condicionamento ocorre se, após a resposta, segue-se um estímulo reforçador, que pode ser um reforço (positivo ou negativo) que "estimule" o comportamento (aumente sua probabilidade de ocorrência), ou uma punição (positiva ou negativa) que iniba o comportamento em situações semelhantes posteriores. Desta forma, se o professor mantém uma postura que não estimula que fatos como este aconteçam, espera-se que os alunos não valorizem tanto este tipo de ação, justamente por não chamarem a atenção, e não as repita com freqüência, ou até mesmo, deixe de fazê-las. Como diz Fontana e Cruz:
“Se o comportamento é seguido por uma conseqüência agradável, ele tende a se repetir. Ao contrario, se a conseqüência for desagradável, o comportamento tem menos probabilidade de se repetir. Essas conseqüências, chamadas pelos comportamentalistas de reforçadores, ‘modelam’ o comportamento dos indivíduos, sendo responsáveis pela criação dos hábitos.” (FONTANA e CRUZ, 1998, p. 27).”


Pudemos, por diversas vezes, ouvir do professor que a realidade nas escolas é bem diferente daquela que ouvimos durante as aulas de Ensino em Geografia, que há muita dificuldade em lecionar para as crianças, prender a atenção das mesmas e obter bons resultados no trabalho; porém, ele se mostra incansável, e com muita disposição para enfrentar essas barreiras. É necessária uma postura firme, pois se não os alunos acabam abusando e desrespeitando o professor. Isso foi comprovado por nós, que presenciamos afrontamentos de aluno para com o professor, o qual os alunos por fim, depois de serem alertados e chamados a atenção pelo professor, mantiveram-se mais disciplinados para não serem advertidos pela escola.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

FONTANA, R; CRUZ, R. Psicologia e Trabalho Pedagógico. São Paulo: Atual, 1998.

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